Antes das considerações tácticas sobre os reflexos que o jogo de ontem terá mais adiante, em particular no jogo da Supertaça com o Sporting, é imperativo falar sobre o atentado à bomba com que Bruno Alves fez o Dragão explodir a primeira vez. Houve pelo menos mais uma explosão, mas não foi, nem podia ser, tão violenta como a primeira. O FC Porto já mandava no jogo há um quarto-de-hora quando beneficiou do livre.
Em zona frontal, a uns bons 30 metros de distância da baliza da Lázio, mas, mesmo assim, ao alcance do pé de Bruno Alves. Os italianos fizeram barreira, inconscientes do risco que corriam ali, mesmo à frente da bola. Perto dela, Benítez, Lucho e Bruno Alves traçaram os planos para o atentado. O árbitro apitou e o lateral passou a correr pela bola, arrastando atrás de si os olhares dos italianos.
Quando voltaram a concentrar-se na bola, já Lucho a tinha tocado para Bruno, que não precisou de muito balanço para disparar. Houve um instante de silêncio, um segundo para a bola percorrer a distância até à baliza de Carrizo e fazer o estádio explodir de espanto. Um grande golo, para começar. E outro ligeiramente mais pequeno logo a seguir. Um contra-ataque fulminante, a demonstrar que os processos de jogo do FC Porto já estão completamente assimilados pelos reforços e que as transições rápidas não podem acelerar muito mais.
Bem lançado, Rodríguez correu quase meio-campo antes de fazer o cruzamento para Lucho rematar, sem hipóteses para Carrizo. Jogo resolvido antes da meia-hora, com o FC Porto a flectir os músculos para o jogo da Supertaça. O onze que vai defrontar o Sporting, no Algarve, não deve ser muito diferente daquele que iniciou o jogo de ontem e que não deixou a Lázio respirar.
Sapunaru ganhou a corrida a Fucile na direita e Benítez, apesar de menos incisivo que o romeno do outro lado, não lhe dá espaço na esquerda, o que deve acabar por deixá-lo de fora neste arranque de temporada. Mais adiante, Guarín ainda está longe de fazer esquecer Paulo Assunção na cobertura defensiva, mas já é incontornável nos balanços ofensivos que se iniciam, invariavelmente, nos seus pés.
Raul Meireles também parece perto da sua melhor forma e, com Lucho, forma uma temível segunda vaga no ataque onde Rodríguez é cada vez mais a figura e Mariano continua a ser um mouro de trabalho. Só faltou Lisandro marcar para Jesualdo dormir descansado. Da segunda parte, fica essencialmente o registo para a entrada de peito aberto de Hulk, sempre disponível para os duelos individuais, ou para a visão de Tomás Costa a lançar os companheiros.
De resto, algumas experiências tácticas que não devem passar de isso mesmo...
Filipe Cruz
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