domingo, 24 de agosto de 2008

Galopada parada por um fantasma! (Sporting 3-1 Trofense)

O Sporting teve uma entrada "à campeão" - marcou por Tonel logo aos 5', e um golo tão rápido, em início de Campeonato, não se via aos leões desde 1965 -, com os jogadores a corresponderem ao repto lançado por Paulo Bento para demonstrarem com actos a vontade anunciada de se sagrarem campeões. O desejo teve tradução fiel numa equipa mais forte do que o adversário e que não deixou que sobrassem quaisquer dúvidas sobre essa superioridade nem sobre a legitimidade em afirmarem-se crónicos candidatos ao título.

A supremacia dos leões foi arrasadora na primeira parte, que terminou com uma vantagem inequívoca de três golos - e com Polga em inferioridade física. O reatamento deu-se com o estreante Trofense a ameaçar rebelar-se - como acabara a primeira metade, de resto: Ricardo Nascimento lança Zé Carlos em profundidade, o avançado ganha em velocidade sobre Polga, que o derruba quando o 9 da Trofa se preparava para entrar na área, na "cara" de Rui Patrício.

Paulo Baptista expulsa o campeão do mundo que cumpria o seu 200.º jogo pelos leões e aponta... penálti (que seria convertido por Pinheiro, o primeiro a desfeitear Rui Patrício da marca de onze metros). A história do jogo era radicalmente adulterada por um erro crasso de avaliação do trio de arbitragem (foi o auxiliar Luís Ramos que deu a indicação para penálti): os leões, reduzidos a dez, viam perigar uma vantagem que prometia avolumar-se e, de uma goleada em perspectiva, viam-se na contingência de acautelar o eventual risco de empate, adoptando uma postura mais conservadora e defensiva.

Os leões mostraram a Paulo Bento e aos adeptos como querem resgatar o título de 2008/09. Aos 5', na sequência de um canto de Rochemback, Tonel surge nas alturas, ao primeiro poste, a cabecear fulgurante para o fundo da baliza. Depois, Rochemback, com uma "bomba" de livre, força Paulo Lopes a defesa de recurso com os punhos para a frente: Djaló faz a recarga de cabeça... à trave e Izmailov cabeceia para o 2-0.

Pouco depois, um grande momento de futebol: Derlei ganha na raça à entrada da área e solta em Romagnoli, que assiste Yannick Djaló para um soberbo golo de calcanhar. Os leões consumavam uma superioridade gritante com a abnegação de Moutinho e o seu entrosamento com Rochemback, que emprestava enorme capacidade de circulação de bola e movimentos de ruptura, tal como Romagnoli, que temporizava ainda o jogo.

E havia ainda a cultura e disponibilidade táctica de Izmailov, irrepreensível a atacar e a defender, a raça de Derlei e o brilho e a velocidade de Djaló (que está, naturalmente, com o moral em alta). O Trofense ousava jogar no mesmo losango dos leões e era dizimado com três golos sem resposta: Toni emendou antes do intervalo (40'), tirou Areias e lançou Edu Souza, dispondo a equipa num 3x4x3 mais elástico e que deu asas a Hélder Barbosa (fez miséria sobre Abel)...


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