O Sporting-Sampdória de ontem, que os leões venceram por 2-0, teve um pouco de ansiedade, alguns laivos de violência, situações cómicas (aquele lance de Tiuí aos 80' deu para rir) e até um momento a roçar o épico (João Moutinho foi aplaudido de pé, aos 83', pelos 18 mil espectadores que estavam em Alvalade). Em suma, muitos dos "ingredientes" que se desejam num bom espectáculo, o qual serviu de ensaio geral para a companhia de Alvalade antes da estreia oficial, marcada para o próximo dia 16, frente ao FC Porto.
Não se pode dizer que os leões, que deixaram entender que o 4x4x2 losango será a táctica a manter neste início de temporada, tenham feito um jogo brilhante (daí alguma ansiedade), mas, frente a uma Sampdória sexta classificada da Serie A, a formação de Paulo Bento demonstrou organização, muita coesão entre sectores e já alguma personalidade.
Optando por iniciar o jogo com um meio-campo onde João Moutinho funcionava como o médio mais recuado e Rochemback "tapava" o lado direito, os mecanismos ofensivos foram menos visíveis, notando-se, porém, a preocupação colectiva de saber esperar pelo momento certo para sair para o ataque. Aliás, o primeiro golo leonino (Derlei aos 25') surge num movimento de contra-ataque, que apanhou desprevenida a defesa da "Samp".
Bem, mas para explicar a primeira parte é importante sublinhar que, excepção ao lance do golo de Derlei (25'), a um remate de Djaló (27') e a uma jogada de Romagnoli (41'), os primeiros 45' notaram-se mais pelas escaramuças entre os jogadores (lá estão os tais laivos de violência de que falámos no primeiro parágrafo), com situações a raiar a violência.
No segundo tempo, já com Miguel Veloso em campo, João Moutinho em funções mais ofensivas e com a Sampdória reduzida a dez unidades (expulsão de Campagnaro aos 45', por entrada violenta sobre Rochemback), o Sporting foi mais dinâmico nas transições ofensivas.
Veloso dá outra largura ao jogo, e, se ainda existiam algumas dúvidas para Paulo Bento, este ensaio geral deixou antever que o camisola 24 deverá conquistar o seu lugar no onze já no próximo sábado, que a dupla de ataque está escolhida (Derlei-Djaló) e que Caneira é mais solução para a direita do que para o eixo defensivo. Posto isto, e para que o ensaio geral terminasse em beleza, um dos actores principais mostrou-se à altura.
Para além de uma exibição personalizada, João Moutinho fez as pazes com o público, marcou o 2-0, de penálti, e ouviu os 18 mil espectadores entoarem o seu nome. Saiu do relvado debaixo de uma enorme salva de palmas. (Lembram-se do tal momento épico de que falámos no início?) Agora, terminados os ensaios, já não há lugar para errar. Da próxima vez que subirem ao palco, há uma SuperTaça para disputar com o campeão nacional...
Filipe Cruz
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