sábado, 23 de agosto de 2008

O regresso do goleador! (P. Ferreira 0-2 Braga)

A 13 de Janeiro, no Estádio do Restelo, Meyong marcava, de grande penalidade, o golo da vitória do Belenenses sobre a Naval. O avançado camaronês entrou na primeira jornada da segunda volta da então Bwin Liga aos 55' e 20 minutos depois confirmava instintos de goleador que, em 2005/06, o levaram a ser o melhor marcador do campeonato, com 17 golos.

Por razões administrativas - o camaronês já havia representado dois clubes nessa época, máximo permitido -, o Belenenses perdeu seis pontos na secretaria e, desde aí até agora, Meyong não mais jogou na Liga principal. Voltou ao activo ontem, na Mata Real. E, qual matador de serviço, fez o primeiro golo do Braga. Um golo pleno de oportunismo que abriu o caminho dos bracarenses para a vitória diante de um Paços de Ferreira demasiado emperrado, por vezes desorganizado e sem capacidade de reacção.

Falta, realmente, muito a este Paços para acreditar que pode fazer qualquer coisa de positivo. Perante quase mil entusiasmados simpatizantes, o Braga apareceu em Paços de Ferreira a jogar no esquema preferido de Jorge Jesus: um 4x4x2 com Vandinho e Luís Aguiar nos vértices inferior e superior de um losango cujas pontas eram preenchidas por Alan, à direita, e César Peixoto, à esquerda. Um quarteto que tinha a missão de servir Linz e Meyong.

Com a saída forçada de Vandinho no final do primeiro quarto-de-hora, Jesus lançou André Leone para o eixo da defesa, passando Frechaut para o lugar mais recuado do meio-campo. Sem ter criado perigo e com uma inacreditável falta de audácia, o Paços de Ferreira jogou também em 4x4x2, mas com diferenças tácticas: quatro defesas, Pedrinha e Paulo Sousa a formarem uma base no meio-campo, completada nos extremos por Filipe Gonçalves e Josa, e na frente Edson e William, que pouco ou nada incomodaram a defesa minhota.

Sem golos até ao intervalo, o jogo recomeçou com o golo de Meyong, que agradeceu a oferta de Bruno Conceição, e acabou com um de Paulo César que aproveitou uma desatenção de Tiago Valente. O resto resume-se a um controlo do jogo por parte do Braga e a uma resposta deficiente do Paços de Ferreira. O principal responsável é, claro, Paulo Sérgio, que optou por mudanças sem resultados práticos.

Moral da história: o Paços de Ferreira precisa de melhorar muito para aparecer, na próxima sexta-feira, no Restelo, com outro rosto e o Braga continua sem sofrer um golo em jogos oficiais. Um bom tónico para o jogo de quinta-feira, em Mostar, na Bósnia...


1 comentário:

Pedro Morgado disse...

Excelente análise. Parabéns.