sábado, 9 de agosto de 2008

Martins manda, Cardozo marca! (Benfica 1-0 Feyenoord)

Para já, não há muitas dúvidas em relação ao Benfica versão 2008/09: Carlos Martins é o patrão do meio-campo, o homem que impõe os ritmos de jogo, que organiza todas as acções de ataque da equipa, encontrando depois, em Cardozo, o parceiro ideal. O "Tacuara" promete muito, muito mesmo. Foi ele o autor do golo solitário da partida de ontem diante do Feyenoord - apresentação oficial aos sócios -, e foram dos seus pés que saíram alguns dos mísseis (um ao poste) disparados à baliza de Timmer, guardião holandês, que, diga-se, realizou uma bela exibição.

A primeira parte foi empolgante, jogada a um ritmo elevado, por força da acção destes dois jogadores, bem acompanhados por Rúben Amorim. Mais solta, consequência de uma maior frescura física, a equipa teve períodos electrizantes, sempre sob a batuta de Carlos Martins e com Cardozo a manter um duelo interessante com o guarda-redes holandês. Sem oposição marcante, pois o Feyenoord quase não existiu, Quique Flores apostou no sistema que mais privilegia, o 4x4x2, e até deu oportunidade a Reyes de iniciar o seu percurso na Luz.

O mais recente reforço das águias jogou pouco mais de dez minutos, tempo suficiente para mostrar argumentos: na primeira vez que tocou na bola, rematou com estrondo ao poste. Depois, ainda isolou Balboa noutro lance. Portanto, promete "explodir e não estagnar"… Nesta partida, os encarnados conseguiram chegar mais depressa à área adversária, revelaram um maior entendimento entre os vários sectores, pressionaram sempre no meio-campo contrário e, por isso, tiveram quase sempre a bola em seu poder em zona privilegiada.

No entanto, Quique Flores tem um problema para resolver: Aimar. O craque argentino faz efectivamente a diferença, como se viu na assistência para o golo de Cardozo, mas passa demasiado tempo sem a bola. O internacional argentino necessita de estar mais em jogo para explodir. Mais: tem de actuar de frente para a baliza e não de costas, como se verificou em quase toda a primeira parte por força dos condicionalismos tácticos - afinal, é médio-ofensivo e não avançado.

Subiu de rendimento no segundo tempo, exactamente porque gozou de maior liberdade e não se encostou tanto ao "Tacuara", aparecendo mais de trás para a frente, o que lhe permite colocar em prática toda a excelência do seu futebol. Na parte final do encontro, Quique Flores fez muitas alterações, e a equipa perdeu, naturalmente, alguma dinâmica. Em suma, no penúltimo teste antes de começar a época, e mesmo sem estar ainda a carburar a cem por cento - também seria impossível, nesta altura -, a águia já vai mostrando garras.

Só falta mesmo Quique encaixar melhor Aimar no seu modelo...


Filipe Cruz

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