sábado, 2 de agosto de 2008

Tão novos e já órfãos! (Benfica 2-2 Paris SG)

Talvez seja do ambiente de pré-temporada, ou então é porque até no Verão o futebol não perde encanto, mas é verdade que o Benfica marcou e foi mais forte, quando se julgava que ia ser mais fraco. Estranho, mas possível. Dois golos em sete minutos anularam a desvantagem que um tal de Pancrate construiu - enquanto afectava a boa imagem que Sidnei começara por dar - e deitaram por terra o conceito segundo o qual seria impossível ao Benfica apanhar o prejuízo depois das saídas de Pablo Aimar e Carlos Martins.

Após uma primeira parte que se resume com a banda sonora da assobiadela com que os adeptos se despediram da equipa encarnada ao intervalo, o Benfica parecia ter acertado no regresso dos balneários. Ou melhor, Quique Flores parecia ter percebido que não vale a pena ter Aimar junto do ponta-de-lança - andou ao lado de Nuno Gomes na primeira metade -, se atrás de ambos não estiver quem faça o que o argentino faz bem: levar a bola até perto da baliza adversária.

Com a opção pelas torres Makukula e Cardozo para a segunda parte, o treinador deu a Aimar o papel principal e ao qual o ex-Saragoça está habituado. O Benfica melhorou e fez coisas para analisar a regra e esquadro até que Aimar olhou para o banco e pediu para sair. Ora, dez minutos serviram para ajudar a perceber que talvez seja assim que Quique ganhe uma equipa, o mesmo tempo que chegou para provar que o mais indicado será o treinador espanhol riscar dos apontamentos o desenho da primeira parte.

Jogo em altitude

Órfão dos criativos Aimar e Martins, o Benfica acabou a jogar em 4x2x4. O que faltava em jeito, sobrava em vontade. Fellipe Bastos e Binya jogavam a par e mais recuados, servindo um ataque com Urreta e Rúben Amorim encostados às alas, prontos e disponíveis para "alimentarem" as torres Cardozo e Makukula. E foram estes que levaram o Benfica até ao empate. Para surpresa de quase todos, eis um esquema válido para futuras necessidades.


Filipe Cruz

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