sábado, 2 de agosto de 2008

Um Leão de Duas Caras! (Sporting 1-1 PSV)

Em noite de apresentação oficial aos sócios, o Sporting, em construção para 2008/09, empatou a uma bola com o PSV Eindhoven para frustração do público presente em Alvalade, ao qual o jogo nunca pareceu sugerir tal resultado, só que os leões caíram em pecados de um passado recente.

No antepenúltimo teste antes do pontapé de saída para a temporada - a discussão da Supertaça ante o FC Porto, dentro de duas semanas -, os verdes e brancos mostraram várias faces, começaram por ser acutilantes, alegres, organizados, mas as diversas substituições sempre realizadas em partidas deste género, bem como as experiências tácticas empregues, mudaram o rosto da turma de Alvalade retirando brilho e interesse ao desafio.

Um aspecto por corrigir e que tem antecedentes: as bolas paradas. Quase sem nada ter feito durante a partida, o PSV chegou ao empate muito por obra e graça de um erro crasso no coração da área leonina, na sequência de um livre directo a punir falta de um João Moutinho que divide emoções em Alvalade. No campo das certezas, aparece Fábio Rochemback. Regressado ao recinto leonino três anos depois, o 26 mostrou ter tudo para ser coração, pulmão e cérebro do onze ideal.

Tal como sucedera diante do Benfica, no Torneio do Guadiana, Paulo Bento fez a equipa alinhar num 4x4x2 com losango a meio-campo - sistema preferencial. O meio-campo movimentou-se em harmonia com os móveis avançados Derlei e Postiga, criando espaço para as subidas dos laterais, daqui nascendo o golo do Sporting. A primeira metade do encontro conheceu um só sentido, com a turma da casa a desperdiçar algumas oportunidades para elevar o marcador.

Tímido e sem alguns jogadores nucleares, o PSV praticamente não existiu ofensivamente, tal a acção dos leões na primeira zona de pressão. Na segunda metade, a geometria foi outra (4x4x2 clássico), com Pereirinha, Veloso e Izmailov a renderem Romagnoli, Vukcevic e Adrien, respectivamente, e Djaló e Tiuí como duo atacante.

O Sporting caiu numa toada pastosa, sem dinâmica, profundidade ou ligação entre sectores - e agudizada com ainda mais substituições -, salvo num ou noutro lance em que o 2-0 voltou a pairar. A dois minutos do fim, porém, o tetracampeão holandês logrou um cruel empate, com os da casa já reduzidos a dez por conduta incorrecta de Pedro Silva. O público leonino preferia deitar um primeiro olhar vitorioso à equipa, mas por enquanto empatar ainda não dói - e até pode ensinar algo...

Um sistema clássico... desfalcado!

Paulo Bento procedeu novamente à mudança do 4x4x2 com losango no sector intermédio para o figurino clássico do sistema, à semelhança do que vem exercitando nesta pré-temporada. No entanto, as várias substituições já efectuadas retiraram concertação, e a expulsão infantil de Pedro Silva forçou ao recuo de Pereirinha para lateral-direito e também ao atraso de Yannick Djaló para apoiar o seu meio-campo e tentar assim suster o natural avanço holandês.

De nada valeria o "remendo", uma vez que o até então inofensivo PSV conseguiria o empate ao cair do pano...


Filipe Cruz

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